Pela imediata declaração de interesse social da Flaskô, da Vila Operária e da Fábrica de Cultura e Esportes.
Em 12 de junho completam-se oito anos de ocupação e controle operário na fábrica Flaskô. Diante da crise capitalista e a decisão dos patrões de fechar a fábrica os operários e as operárias levantaram a cabeça e organizaram-se para manter a fábrica funcionando na luta em defesa dos empregos. Ocupando a fábrica e tomando seu controle.
Sem o patrão e a partir do controle operário, da democracia operária, foi reduzida a jornada de trabalho para 30 horas semanais, sem redução nos salários.
Sem o patrão, os operários e as operárias em conjunto com famílias da região organizaram a ocupação do terreno da Fábrica e constroem hoje a Vila Operária e Popular com moradia para mais de 560 famílias.
Sem o patrão, os operários e as operárias reativaram um galpão abandonado e iniciaram o projeto "Fábrica de Cultura e Esporte", com teatro, cinema, judô, futebol, balé e dança Além de cursos e atividades de formação
Desde o início os operários defenderam a estatização da fábrica sob controle dos trabalhadores diante das dívidas dos patrões com o estado.
Desde o inicio os operários e operárias se somaram a luta do conjunto da classe trabalhadora. Defendendo a reforma agrária junto com os trabalhadores do campo, defendendo a luta pelas moradias com os operários na cidade, defendendo os direitos e a luta contra os patrões em dezenas e dezenas de fábricas. Defendendo os serviços públicos como saúde e educação junto ao povo e aos trabalhadores do setor publico.
Lutaram desde o inicio pela reestatização das ferrovias junto aos ferroviários, pela reestatização da Vale do Rio Doce e da Embraer, por uma Petrobrás 100% estatal.
Os operários e operarias da Flasko organizaram, junto ao Movimento das Fábricas Ocupadas em conjunto com os operários da Cipla e Interfibra 8 caravanas a Brasília para exigir a estatização da fábrica. Os operários e as operárias organizaram conferências, seminários, encontros nacionais e internacionais, além de manifestações por todo o Brasil sempre discutindo com sua classe os caminhos da luta.
Hoje, desenvolvem campanha para que a Prefeitura de Sumaré-SP declare a Fábrica e toda a sua área de Interesse Social, dando um passo no caminho da desapropriação das propriedades do patrão para a sua definitiva estatização sob o controle dos trabalhadores.
Por isso convocamos todas as organizações operárias, estudantis, sindicatos, partidos e organizações políticas, personalidades a ajudarem os trabalhadores da Flaskô a irem até a vitória subscrevendo este manifesto e multiplicando iniciativas de apoio a Declaração de Interesse Social da Flaskô permitindo com isso a regularização de 560 moradias na Vila Operária, permitindo a transformação da Fábrica de Cultura e Esportes num verdadeiro centro cultural e esportivo público, e mais do que tudo isso, estatizando a fábrica, tornando-a pública, sob o controle dos operários que resistem há oito anos com seu suor e luta.
Sumaré, 25 de abril de 2011.
Para ver este e mais exemplos, visita o site Fábricas Ocupadas
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- worldwidestruggle
- Os tempos estão a mudar. As revoluções da Tunísia e do Egipto, as convulsões na Grécia, na Islândia, em Inglaterra, no Médio Oriente, no Norte de África e mesmo em Portugal, na sequência do 12 de Março, provam que há muita gente que já não vai na cantiga dos sacrossantos mercados, dos banqueiros e dos políticos ao seu serviço. Parece que se perdeu o medo de sair à rua. E nem tudo se explica pelas condições económicas. Há um novo homem que se levanta, que reclama a vida, que não aceita mais ser escravo de coisa nenhuma. Ainda está confuso esse homem, ainda não se libertou totalmente das leis do mercado e da mercearia. Mas, sobretudo a juventude, tem protagonizado uma luta não dirigida, sem chefes nem partidos, uma luta que lembra o Maio de 68 e o grito de Jim Morrison há 40 anos atrás: "We want the world and we want it NOW!" É desses passos em direcção à liberdade dados por gente de vários locais do mundo que tentaremos dar notícia, de forma a que não nos sintamos a caminhar sozinhos e também para que busquemos inspiração nas ideias uns dos outros.
Geografia das Lutas
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