Al-Assad a braços com demissões de membros do Baas “em protesto” contra a violência
28.04.2011 - 09:13 Por PÚBLICO
Cerca de 200 membros do partido Baas sírio, no poder, apresentaram a sua demissão sob forma de “protesto” contra a violência usada pelas autoridades para reprimir as manifestações pró-democracia que eclodiram no país há cerca de seis semanas – colocando o Presidente, Bashar al-Assad, face a uma dissidência de monta dentro do próprio regime.
Estas contestações surgem depois de mais de 450 pessoas terem sido mortas na Síria (Foto: Reuters TV)
“Perante a atitude negativa assumida pela liderança do Partido Árabe Socialista Baas em relação aos acontecimentos na Síria, e em particular em Deraa, e após a morte de centenas de pessoas e milhares terem sido feridas às mãos das várias forças de segurança, apresentamos a nossa demissão colectiva”, pode ler-se na declaração emitida por aqueles membros do partido.
A maior parte destas demissões, apresentadas ainda ontem à noite, foram feitas por membros do partido oriundos de Deraa (Sul do país), a cidade-berço do movimento de contestação que terá causado já mais de 450 mortos, um balanço que se agravou ao longo desta última semana após Al-Assad ter enviado o exército e tanques para as ruas.
Antes, já cerca de 30 responsáveis do Baas na cidade costeira de Banias (a noroeste de Damasco) tinham igualmente apresentado a sua demissão, em protesto contra a repressão violenta das manifestações.
A par destas demissões no seio do Baas – partido no poder desde o golpe de 1963 –, são registados também crescentes sinais de descontentamento nas forças armadas, onde se ouvem críticas às tácticas do Presidente de recurso à violência contra os manifestantes, que se afirmam pacíficos e o regime acusa de “extremismo”. A maior parte das tropas sírias são muçulmanos sunitas, mas larga generalidade dos oficiais pertencem à minoria alauita, tal como Al-Assad.
Relatos obtidos junto de residentes de Deraa, assim como de membros da oposição síria, dão conta que “muitos” soldados de algumas unidades enviadas para aquela cidade na passada segunda-feira – mas não da 4ª Divisão Mecanizada, comandada pelo irmão do Presidente, Maher al-Assad – se recusaram a disparar contra os civis.
http://www.publico.clix.pt/
A maior parte destas demissões, apresentadas ainda ontem à noite, foram feitas por membros do partido oriundos de Deraa (Sul do país), a cidade-berço do movimento de contestação que terá causado já mais de 450 mortos, um balanço que se agravou ao longo desta última semana após Al-Assad ter enviado o exército e tanques para as ruas.
Antes, já cerca de 30 responsáveis do Baas na cidade costeira de Banias (a noroeste de Damasco) tinham igualmente apresentado a sua demissão, em protesto contra a repressão violenta das manifestações.
A par destas demissões no seio do Baas – partido no poder desde o golpe de 1963 –, são registados também crescentes sinais de descontentamento nas forças armadas, onde se ouvem críticas às tácticas do Presidente de recurso à violência contra os manifestantes, que se afirmam pacíficos e o regime acusa de “extremismo”. A maior parte das tropas sírias são muçulmanos sunitas, mas larga generalidade dos oficiais pertencem à minoria alauita, tal como Al-Assad.
Relatos obtidos junto de residentes de Deraa, assim como de membros da oposição síria, dão conta que “muitos” soldados de algumas unidades enviadas para aquela cidade na passada segunda-feira – mas não da 4ª Divisão Mecanizada, comandada pelo irmão do Presidente, Maher al-Assad – se recusaram a disparar contra os civis.
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