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Os tempos estão a mudar. As revoluções da Tunísia e do Egipto, as convulsões na Grécia, na Islândia, em Inglaterra, no Médio Oriente, no Norte de África e mesmo em Portugal, na sequência do 12 de Março, provam que há muita gente que já não vai na cantiga dos sacrossantos mercados, dos banqueiros e dos políticos ao seu serviço. Parece que se perdeu o medo de sair à rua. E nem tudo se explica pelas condições económicas. Há um novo homem que se levanta, que reclama a vida, que não aceita mais ser escravo de coisa nenhuma. Ainda está confuso esse homem, ainda não se libertou totalmente das leis do mercado e da mercearia. Mas, sobretudo a juventude, tem protagonizado uma luta não dirigida, sem chefes nem partidos, uma luta que lembra o Maio de 68 e o grito de Jim Morrison há 40 anos atrás: "We want the world and we want it NOW!" É desses passos em direcção à liberdade dados por gente de vários locais do mundo que tentaremos dar notícia, de forma a que não nos sintamos a caminhar sozinhos e também para que busquemos inspiração nas ideias uns dos outros.

Thursday, April 28, 2011

Demissões na Síria


Forças Armadas também dão sinais de descontentamento

Al-Assad a braços com demissões de membros do Baas “em protesto” contra a violência

28.04.2011 - 09:13 Por PÚBLICO
Cerca de 200 membros do partido Baas sírio, no poder, apresentaram a sua demissão sob forma de “protesto” contra a violência usada pelas autoridades para reprimir as manifestações pró-democracia que eclodiram no país há cerca de seis semanas – colocando o Presidente, Bashar al-Assad, face a uma dissidência de monta dentro do próprio regime.
Estas contestações surgem depois de mais de 450 pessoas terem sido mortas na Síria (Foto: Reuters TV)
“Perante a atitude negativa assumida pela liderança do Partido Árabe Socialista Baas em relação aos acontecimentos na Síria, e em particular em Deraa, e após a morte de centenas de pessoas e milhares terem sido feridas às mãos das várias forças de segurança, apresentamos a nossa demissão colectiva”, pode ler-se na declaração emitida por aqueles membros do partido.

A maior parte destas demissões, apresentadas ainda ontem à noite, foram feitas por membros do partido oriundos de Deraa (Sul do país), a cidade-berço do movimento de contestação que terá causado já mais de 450 mortos, um balanço que se agravou ao longo desta última semana após Al-Assad ter enviado o exército e tanques para as ruas.

Antes, já cerca de 30 responsáveis do Baas na cidade costeira de Banias (a noroeste de Damasco) tinham igualmente apresentado a sua demissão, em protesto contra a repressão violenta das manifestações.

A par destas demissões no seio do Baas – partido no poder desde o golpe de 1963 –, são registados também crescentes sinais de descontentamento nas forças armadas, onde se ouvem críticas às tácticas do Presidente de recurso à violência contra os manifestantes, que se afirmam pacíficos e o regime acusa de “extremismo”. A maior parte das tropas sírias são muçulmanos sunitas, mas larga generalidade dos oficiais pertencem à minoria alauita, tal como Al-Assad.

Relatos obtidos junto de residentes de Deraa, assim como de membros da oposição síria, dão conta que “muitos” soldados de algumas unidades enviadas para aquela cidade na passada segunda-feira – mas não da 4ª Divisão Mecanizada, comandada pelo irmão do Presidente, Maher al-Assad – se recusaram a disparar contra os civis.

http://www.publico.clix.pt/

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